
A preocupação com a qualidade de vida, acima de questões profissionais, não é um assunto novo. Desde que as atividades remuneradas existem, a classe trabalhadora luta para conquistar cada benefício. A cada geração, novas demandas aparecem.
Neste sentido, abordaremos por tema o que é lazy job. Este é um conceito novo, uma tendência dos profissionais da geração Z. Em um mercado de trabalho em que a cobrança por produtividade desenfreada adoece pessoas, o movimento ganhou força.
Conhecido pelo termo “lazy job” ou “lazy girl’s job”, a expressão representa muito mais do que a tradução literal de “trabalho preguiçoso” apontada em um primeiro momento. Trata-se de uma tendência da geração Z, com o objetivo de romper com práticas consideradas “normais” anteriormente.
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Como surgiu o movimento do lazy job?
O movimento iniciou nas redes sociais, especificamente no TikTok. Em suma, ele visa a busca por uma jornada de trabalho mais curta (distante das 44 horas semanais máximas que a CLT estabelece) sem prejuízos para a remuneração. Ganhar bem e trabalhar menos.
A ideia do que é lazy job não é literal: as pessoas que defendem essa tendência não são “preguiçosas”, e na verdade representam valores associados à geração Z. Cada época tem seus objetivos e lutas, e para jovens profissionais atuais há priorização da saúde psicológica.
O “burnout” é o grande vilão da geração, sendo a consequência de muito tempo trabalhando sem descanso para o corpo e a mente. Assim como millennials buscavam um trabalho com o qual se identificassem, “gen z” busca equilíbrio entre áreas da vida e uma mente saudável.
O que é lazy job?
O movimento faz vários questionamentos ao formato atual das relações profissionais e propõe algumas mudanças. Dentre as principais características associadas, podemos citar:
- remunerações que possibilitem uma qualidade de vida elevada;
- chance de equilibrar melhor a vida pessoal e a profissional;
- flexibilidade na escolha de horários das jornadas de trabalho;
- mobilidade.
Basicamente, ao explicarmos o que é lazy job, podemos dizer que ele se opõe à precarização do trabalho, com salários baixos mesmo para os profissionais com formação superior e que exercem tarefas complexas. As ideias e a luta não são contrárias à entrega de boas performances, sendo essas as consequências esperadas.
Há diferenças entre o lazy job e o home office?
Os dois conceitos podem existir ao mesmo tempo em uma vaga de emprego, mas não são sinônimos. É frequente que os trabalhos remotos sejam menos exaustivos do que aqueles de cunho presencial, o que os tornaria “lazy jobs”, mas essa não é nem de longe uma regra.
A relação entre os dois termos reside no fato de que o movimento lazy job defende o uso do home office e o formato híbrido como alternativa para reduzir parte dos problemas de trabalhos exaustivos. A eliminação do tempo de deslocamento seria uma das soluções para reduzir o desgaste do colaborador.
Em comum há o fato de que ambos têm como vantagens a flexibilidade na jornada de trabalho, uma tendência do mercado, essencial para compreender o que é lazy job. A autonomia colocada nas mãos dos profissionais é outra característica que os une.
Quais são os benefícios para os profissionais?
Mais tempo para se dedicar à vida pessoal, ao entretenimento e às questões alheias ao trabalho estão entre as principais vantagens do lazy job. Ao mesmo tempo, os defensores desse modelo também apontam que isso não é antagônico para as empresas.
Um profissional menos exausto tem menores chances de cometer erros no trabalho e entrega resultados melhores. Aqui trazemos discussões antigas sobre tempo x qualidade das performances, dois elementos que nem sempre tem uma relação direta.
Quais são as principais críticas ao lazy job?
Assim como qualquer outra tendência no mercado de trabalho, há críticos que apresentam argumentos para defender a posição. Dentre os principais, alguns se destacam, como é o caso da possível “estagnação” de quem adota esse modelo de atuação profissional.
Há também a ideia de que o lazy job leva a profissionais menos dedicados e que entregam trabalhos de baixa qualidade. Curiosamente, esse segundo argumento é muito similar àquele utilizado por críticos ao modelo home office, o qual tem se tornado mais comum atualmente.
Para além dos “prós” e “contras”, ao explicar o que é lazy job, é preciso constatar uma certeza: esse movimento é disruptivo, o que é geralmente uma coisa positiva. A jornada de trabalho de 8 horas, hoje considerada o normal máximo, em um passado não tão distante, foi a conquista de ações similares.
O movimento é apenas um dentre uma série de outros que representam insatisfações das novas gerações com modelos de trabalho considerados defasados. Termos como “quiet quitting” e até mesmo o “burnout” (que não é recente, mas se popularizou) também colaboram com a ideia de equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Para os trabalhadores que estão prestes a ingressar no mercado ou buscam a recolocação profissional, saber o que é lazy job e conhecer outros movimentos como esse é extremamente positivo. E o mesmo vale para as empresas! Trabalhadores mais satisfeitos encabeçam mudanças nas organizações.